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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Cohen entrevista: Matheus Wilbert

O Opinião F.A sempre leva as informações e opiniões sobre o futebol americano no interior do Rio de Janeiro. Para levar outros pontos de vista para os leitores, inicio uma série de entrevistas com pessoas "que tem algo a dizer". 

Na estreia dessa série, o Head Coach Matheus Wilbert fala sobre desafetos, seu trabalho em Teresópolis, relação com o Wolves e sobre suas influências. O técnico, torcedor dos Broncos, mas amante das minorias como Jacksonville e Oakland, teve seu primeiro cargo em 2012 como Coordenador Ofensivo da equipe de Petrópolis, onde ficou até o inicio de 2014. Após essa passagem, Matheus traçou novas metas e fechou com os Rockers.

Matheus, além de Head Coach, também trabalha com o esporte nas escolas que dá aula.
Entrevista:

1- Como você vê o estilo de jogo do Rockers antes e depois da sua chegada ao time?


O que posso falar antes da minha chegada é que a equipe sempre foi muito forte, tanto que conquistou o primeiro título da LiFFA na casa, do então invicto, Blackstones. Quando cheguei muitos dos veteranos já haviam deixado a equipe, então comecei um trabalho de reformulação e captação de jogadores pontuais para disputarem posição e pressionar os veteranos a se esforçar mais nos treinamentos. De lá pra cá a equipe evolui bastante, principalmente em termos de entendimento de táticas e estratégias. Com o pouco tempo que tivemos foi difícil trabalhar fundamentos, tivemos que nos preocupar em instalar jogadas dos playbooks de ataque e defesa e corrigir erros estratégicos em treinos e principalmente nos jogos.

2- Certamente, hoje você é o técnico com mais cursos realizados na USA Football. O quanto isso é um diferencial para você em relação aos outros técnicos da LiFFA? 


Os cursos servem como uma ferramenta a mais para me preparar e poder ensinar coisas novas, além de poder proporcionar um ambiente de treinamento e de jogos que deem confiança para meus atletas, de forma que eles sintam que estão preparados.

Aconselho a qualquer treinador que faça o mesmo, se especializar é sempre bom, nunca saberemos tudo mas podemos buscar cada vez mais conhecimento. E outra maneira de me manter atualizado é através de conversas constantes com treinadores, principalmente americanos, que sempre tem boas ideias para me dar e cabe a mim avaliar cada uma e ver o que é necessário executar ou não.

3- Você é um dos técnicos mais falados do campeonato e, certamente, um dos mais polêmicos. Como você vê a sua relação com os outros dez times da LiFFA?
 
Esta pergunta é interessante. Sei que sou falado, de forma muito negativa, porém isto começou quando um membro da LiFFA começou a querer me contestar e a contestar meus métodos. Não me arrependo de nada do que fiz, fui o primeiro a trazer um treinador do Rio para participar da meu Staff, que no caso foi o Claudio, que, hoje, é uma das pessoas mais respeitadas na Liga. Fui também o primeiro técnico a mudar de equipe, um ou outro quis julgar a situação dizendo que fui para um rival mas a realidade que a partir do momento que você não quer uma pessoa, não pode reclamar de onde ela vai parar depois. E fui também pioneiro no quesito contratações, coisa que depois de mim vários times começaram a fazer o mesmo. Só pra citar, desde que estou nos Rockers pelo menos cinco jogadores meus já foram convidados por outros times. O que mais convidou foi o Andorinhas, mas isto não me desagrada, significa que outras equipes valorizam o potencial dos atletas dos Rockers.

Enfim, me vejo como um cara que pensa a frente, não podemos pensar na LiFFA como um torneio de cidades onde que um cara de uma cidade não pode tentar a sorte e ir para outra. Não! O pessoal não quer a liga mais atrativa e mais chamativa? Deixem ela evoluir! Ideias e mentalidades novas só têm a contribuir para o crescimento da liga. Com base no crescimento dela, criei no final de 2013 a equipe do Cordeiro Tigers. A princípio era uma forma de colocar a molecada da cidade em contato com este esporte nunca praticado antes por eles. Com os treinos vieram cada vez mais jovens interessados e a partir daí busquei auxiliar a equipe para no futuro fazer parte da LiFFA. Inclusive, a equipe de Cordeiro estará em Teresópolis no mês de Outubro para participar de um scrimmage com os Rockers. 

4- Seu primeiro time foi o Petrópolis Wolves, onde ficou dois anos e foi vice-campeão, o que essa equipe significa para você?

Significa muito, só tenho a agradecer aqueles que me deram a oportunidade de participar desta equipe. Tive muitas alegrias lá, ajudei o time a se desenvolver, participei na formação de vários atletas hoje consagrados na LiFFA e não tenho nada contra a equipe, apenas não concordava com a forma de conduta de um atleta e para não criar problemas preferi buscar meu espaço em outro time, no caso, os Rockers. 

5- Durante a pré-temporada, o quarterback Drake teve um grande número de atuações como quarterback, além de participar em outras posições do setor ofensivo. Muito se falou da disputa de vaga entre Edgard e ele. Se Drake não tivesse saído do Rockers, quem seria o titular?

Edgard sem dúvida nenhuma. É engraçado como é fácil manipular opiniões neste liga com o simples fato de não colocar meu QB titular pra jogar no 1º amistoso do ano. Disseram que havia briga entre mim e Edgard, só que isso é pura mentira, Edgard me trouxe ao comando do Teresópolis Rockers e nunca tivemos problemas desde então. Um fato engraçado foi quando um atleta disse que o Edgard e o Farnum revelaram a ele um profundo descontentamento com minha maneira de comandar os Rockers. O que o atleta não sabia é que os dois estavam brincando, e naquele mesmo dia, enquanto eles estavam conversando em Niterói, eu estava fazendo meu primeiro treino com a equipe, ou seja, pegadinha do Mallandro pra você!

Agora sobre o Drake, a intenção de leva-lo foi de ter um fator surpresa, coisa que ocorreu no 1º amistoso, quando ele lançou pra 1 TD num fake FG, recebeu três ou quatro passes como WR e ainda conseguiu uma conversão longa de 4ª descida num fake punt que ele correu muito bem. Ele é um cara versátil e eu gosto de versatilidade.

6- Você já levou o time em três jogos, sendo que saiu vitorioso em dois e perdeu um. Está invicto em casa e em segundo lugar na divisão. Em sua opinião, o que ainda faz os bastidores da LiFFA apontarem que o presidente do Rockers não gosta de você como o comandante da equipe?

Primeiramente, não sei quem é o presidente dos Rockers. Mas com certeza, se ele tem acompanhado meu trabalho nos treinamentos, durante a semana, fazendo scouts, enfim, se ele tem visto que estou cumprindo todas as obrigações de um Head Coach, ele sabe que estamos no caminho certo. E não considero que tenho três jogos, tenho apenas um. Amistosos só tem uma serventia, que é a de criar discussões entre as outras equipes.


7- Em tempo de técnicos que são ousados, conservadores, inovadores, entre outras características, em qual estilo se encaixa Matheus Wilbert e qual treinador serve de inspiração pra você? 

Me considero um treinador ousado, sempre jogo com tudo, por isso na época de Wolves dificilmente chutava uma bola em uma 4ª descida. Só fiz contra os Yetis para ganhar o jogo uma vez e para perdê-lo em outra. Serve como aprendizado para dosar a ganância pela vitória. Um treinador que sempre me inspirou foi o Jon Gruden, primeiro nos Raiders onde ele fez um trabalho espetacular e depois nos Buccaneers onde ele conquistou um Super Bowl. Gosto dele por ser um cara de opiniões fortes, um cara determinado que sabe o que tem de ser feito mesmo que os outros digam que está tudo errado. E um fato que sempre admirei nele foi a qualidade para trabalhar seus QB’s. Sempre quis aplicar métodos parecidos para desenvolver meus QB’s e acho que fiz um milagre com o Drake, que virou QB em três sábados antes da estreia na LiFFA 2012 e encerrou a passagem dele com uma baita partida na final do ano passado, infelizmente não saiu o título por conta de alguns erros coletivos mas agora ele está bem e jogando full-pads.


8- O Teresópolis Rockers está na divisão mais equilibrada da Liga. Todos na divisão têm chances de passar e até agora as duas partidas que aconteceram foram decididas por menos de uma posse de bola. Como você desenharia a classificação dessa Conferência na última rodada?

 Vou falar sobre possibilidades. Se vencermos a partida de domingo estamos classificados. Se os Federals vencerem a partida deles, eles se classificam. Depois temos a partida contra os Federals valendo a primeira colocação do grupo. Estamos trabalhando em cima disso e é a oportunidade que temos!

9- Caso o Rockers já esteja classificado e o Wolves precise da vitória da equipe de Teresópolis contra o Falcons para que o time avance de fase. Qual o seu discurso para seus jogadores?

A grande questão aí é a seguinte: não importa qual time pode se beneficiar ou não com o jogo. O que importa é que é um jogo válido, não é amistoso. Se é valido queremos ganhar! Vitória é vitória, o que vier pela frente não importa, temos que fazer nossa parte.

 Agradeço ao Matheus pela entrevista, pois sei que seu tempo é corrido e teve que arranjar uma brecha nos seus horários para que as perguntas fossem respondidas.  

 

 
 

 


 

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