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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Canto do Coach: Front Seven

O Canto do Coach é uma parceria do Opinião F.A com os melhores técnicos da Liga Fluminense de Futebol Americano, e, hoje, quem volta com uma explicação muito bacana sobre o Front Seven é Marcelo Arantes, Head Coach do Volta Redonda Falcons e um dos gênios defensivos da LiFFA. Sem enrolar muito, vamos direto ao conteúdo do "Pretinho".

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Estou na dívida com o meu amigo Guilherme Cohen, vamos tentar melhorar essa situação. Front Seven é o grupo de sete jogadores composto por Defensive Linemen (DLs) e Linebackers (LBs). Existem diversas configurações utilizadas por diferentes equipes (ou sistemas defensivos) para alinhar estes sete jogadores, essas configurações são escritas por dois números, sendo o primeiro para determinar a quantidade de DLs e o segundo número para determinar a quantidade de LBs. As combinações mais utilizadas são: 34 (Figura 1a) e 43 (Figura 1b), vamos nos ater a elas.
 Frentes.png
Figura 1 - (a) Frente 34 (3 DLs e 4 LBs); (b) Frente 43 (4 DLs e 3 LBs)

As técnicas (Tech) determinam as possibilidades de alinhamento dos defensores com relação aos jogadores de ataque ou aos gaps (buracos) entre eles. As técnicas, principalmente as externas, não possuem um padrão bem definido, sendo assim, adaptei uma nomenclatura para facilitar o entendimento para os meus atletas (Figura 2), vou utilizar este padrão aqui, mas você deve encontrará algo diferente nos livros.

Tecnicas.png
 Figura 2: Números representam as Técnicas. Letras representam os Gaps

Outra ideia importante é saber se elementos da defesa estão jogando one gap ou two gaps. Em one gap cada membro da linha é responsável por um gap e no momento do snap, deve atacar esse gap. Em two gaps cada membro da linha é responsável por dois gaps, para isso o DL ataca o OL designado e com isso ocupa dois gaps.
Utilizarei a seguinte nomenclatura para as posições:
N - para o Nose Tackle; T - para Defensive Tackles, E - para Defensive Ends; S - para Strong Outside Linebacker; W - para Wake Outside Linebacker; J - para Weak Inside Linebacker e M - para Middle Linebacker ou para Strong Inside Linebacker. Nos diagramas o lado forte será o lado esquerdo da defesa (onde está o TE).

Frentes de Base 34
Normalmente são utilizados 3 tipos de alinhamentos: Okie, Eagle ou Under. Normalmente, nas defesas 34 a principal responsabilidade da DL é parar o jogo corrido, enquanto a pressão ao QB fica a cargo dos LBs.

Okie - é o alinhamento padrão utilizado na criação das defesas 34 (Figura 3-a). Nele os DLs jogam todos two gaps. DEs alinham em Técnica 4, N alinha em Técnica 0 enquanto os OLB alinham em técnica 6 ou 7 (os OLBs jogam one gap).

Eagle - nesse tipo de alinhamento (Figura 3-b) os Defensive Ends (DEs) jogam one gap enquanto o Nose Tackle (N) e o Strong Outside Linebacker (S) jogam two gaps, ele alinha “obrigatoriamente” em técnica 6. Os DEs podem alinhar em Técnica 3 ou 4, entretanto são responsáveis por um único gap.

Under - o DE jogando na Técnica 3 tem a possibilidade de jogar one ou two gaps (Figura 3-c), os demais membros da frente, jogam one gap.

Frentes 34.png

Figura 3 - (a) Frente Okie; (b) Frente Eagle; (c) Frente Under. Linhas azuis determinam responsabilidades dos ILBs contra o jogo Corrido

Frentes de Base 43
Apresentaremos 4 tipos de alinhamentos 43: Tradicional, Under, Over e Hybrid.
Tradicional - nesse tipo de alinhamento, comumente chamado de Original, (Figura 4 - a) tem os DTs alinhados em técnica 2, os DEs em técnica 5, o MLB em frente ao Center e os OLBs externos aos DEs (no Brasil vejo muitas variações com os LBs internos aos DEs ou um dos LBs alinhados em tech 6). Normalmente os DTs jogam two gaps enquanto os DEs jogam one gap mas podem haver variações em combinação com os LBs.

Under - nesse alinhamento one gap, os DTs, alinham “pesando” o lado fraco da linha (Figura 4 - b). Temos então os DEs alinhados em Tech 5, um NT no lado forte alinhado em Tech 1 e um DT no lado fraco alinhado em Tech 3. Normalmente o S alinha em Tech 7 e um Strong Safety ($ na Figura) desce para LB fazendo um box com 8 atletas.

Over - nesse alinhamento one gap, os DTs, alinham “pesando” o lado forte da linha (Figura 4 - c). Temos então os DEs alinhados em Tech 5 (existe uma variação na qual o DE do lado forte alinha em Tech 7), um NT alinhado no lado fraco em Tech 1 e um DT no lado forte alinhado em Tech 3.

Hybrid - (Figura 4 - d) tem o lado forte jogando two gaps enquanto o lado fraco joga one gap. O DE do lado forte joga em Tech 6, o NT joga em Tech 2, o DT joga em Tech 3 e o DE do lado fraco alinha em Tech 5.
Frentes 43.png



Figura 4 - (a) Frente Tradicional; (b) Frente Under; (c) Frente Over; (d) Frente Hybrid. Linhas azuis determinam responsabilidades dos ILBs contra o jogo Corrido.


Determinar o front seven a utilizar depende do tipo de atleta que você tem no elenco. É importante pensar nisso antes de construir o seu esquema defensivo, por exemplo, 34 é bonito de ver, mas se o elenco possui apenas 2 bons LBs, talvez essa não seja a formação ideal. Todas essas frentes possuem vantagens e desvantagens e, na minha opinião, não existe uma melhor, tudo depende do pessoal que se tem em mãos.

Espero ter pago a dívida com o Cohen e ajudado a todos! Quaisquer dúvidas, entrem em contato @marceloarantes_ ou  pelo Facebook.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

De virada: Blaze bate Wolves e permanece vivo na busca pelos Playoffs dessa temporada

Com um calor de matar, o Blaze F.A (3-3) derrotou o Petrópolis Wolves (1-3) de virada, na Vila Militar, na capital, nesse domingo (27), pelo placar de 16 a 12 e está mais perto dos Playoffs. Agora, o Petrópolis Wolves precisa derrotar as equipes do norte do estado em sequência para tentar se classificar. 

(foto: LiFFA)
O jogo foi nivelado por baixo. Wolves e Blaze jogaram com garra, por isso foi um jogo mais divertido pro final. Tanto que cada time teve superioridade em um tempo: o Wolves no primeiro, quando abriu 12 a 0 e o Blaze no segundo quando virou a partida forçando turnovers. 

O Wolves começou o jogo forçando fumble no kickoff, ai eu errei o FG. Na defesa, as corridas não entraram no primeiro período. No segundo, a defesa petropolitana forçou fumble e deixou o ataque em boas posições para pontuar e pontuaram - sem XP nos dois touchdowns. 

No segundo tempo, um show de Michel Sodré. Correndo muito bem, mas por ele, não pela OL. Todas as suas corridas eram em segundo esforço, não por gaps abertos ou grande bloqueios que impulsionavam suas tentativas. Ele e o RB Bahia do Oilers são as revelações de 2015, mas meu voto, desde já, é dele. Michel ainda fez um touchdown.

Pra virar o jogo, o destaque ficou com o LB Lyneker Conforti com duas interceptações - uma para touchdown. Bom atleta que também faz parte do Flamengo F.A.

Curtinhas:

O Pirulito polêmico!

As correntes na Vila Militar estavam um pouco polêmicas por dois motivos: não havia marcador de descida, ou seja, em alguns momentos do jogo a arbitragem, os atletas e a torcida não sabiam qual era a tentativa e o DE Diego "Cunhado" que era o "homem do pirulito" do Blaze, mas vejam só: ele foi ejetado e suspenso, ou seja, ele não poderia estar em área de jogo e estava. O fato foi relatado na súmula.


O Garoto do Blog

Eu não cuido do meu corpo para jogar e, sendo assim, sou um jogador muito mais "inofensivo". Por causa do Blog, sofri quatro holdings e uma falta por conduta antidesportiva do Blaze (tomei um tapa na cabeça pelo G Açai). Ou seja, foram 55 jardas de falta em mim, só por vingança desse veículo de comunicação. Ainda teve o G Mariano que pulou nos meus joelhos depois que a jogada acabou. Sorte.

Estamos de boa

Olha, eu achava que seria mais hostilizado, só que ao fim do jogo muita gente me pediu desculpa e eu também fiz isso. Não tem motivo para ficar com uma rivalidade. Gostei muito do TE Tubarão, ele foi muito gente boa comigo e teve zoação pelos dois lados. 
Parabéns, papais!

Nesse domingo foi a primeira vez que encontrei o OT Boliviano e sua esposa Jéssica Batista após ela anunciar que estava grávida. Parabéns pros papais e que venha um menino pra jogar pelo Blaze 2032 ou uma torcedora fanática igual a mãe. 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

RJ Islanders atropela Blaze F.A na Zona Oeste carioca

Pelo Grupo 1, o Blaze F.A (2-3) recebeu o RJ Islanders (3-0) pela quinta rodada da Liga Fluminense de Futebol Americano. O jogo aconteceu no domingo (6), em Realengo, e às vésperas do feriado do Dia da Independência do Brasil, o tanque que passou perto do local do jogo algumas horas antes avisava: vinha atropelamento, e veio: a partida terminou com o placar de 47 a 12 para o Islanders.
(foto: LiFFA)

Do começo ao fim só deu Islanders. O atual campeão usou um playbook diversificado que confundiu muito a defesa. O ataque foi impressionante. Pra se ter uma noção, o primeiro tempo terminou em 41 a 0 para os visitantes.

Na próxima rodada, o RJ Islanders realiza o jogo válido pela segunda rodada contra o Rio das Ostras Warriors, na Região dos Lagos, em 20 de setembro; o Blaze F.A encerra sua participação na fase regular da LiFFA dia 27 de setembro, contra o Petrópolis Wolves, em casa.

Vamos à análise:

RJ Islanders (3-0):

O atropelamento em Realengo teve um show de Vavo Calvet. O quarterback e atual MVP do campeonato teve passes precisos, alternando entre passes longos, slants, flats, entre outras rotas. Só consigo recordar de um passe errado do camisa 11.

Pelo chão, Léo Farah foi demais: marcou dois touchdowns, certamente beirou as 100 jardas e doutrinou as atividades terrestres. Parabéns à linha ofensiva que trabalhou muito bem. Léo sempre tinha enormes gaps e quando o bloqueio ia em campo aberto ele sempre colava atrás de seu 'gordinho' e ia embora. Foram apenas duas corridas para perdas de jardas do camisa 21.

Pelo ar, Lerrique, Claudio, Raul, entre outros, receberam seus passes. Destaque para Lerrique e Claudio, os mais ativados. Sem falar dos wide receivers que deitaram e rolaram com reverses. Aula. Esses nomes são pouco conhecidos dentre os que já vestiram a camisa dos Insulanos, questionei Vavo Calvet sobre a ausência do TE Paulo Abrantes e do WR Rodrigo Nunes, e ele sente falta:

"O Paulo e o Rodrigo fazem muita falta, ainda mais por entrosamento. A gente joga juntos desde 2009. O Paulo também faz muita falta no bloqueio, ele é muito bom nisso." - avaliou, Vavo.

A linha ofensiva trabalhou bem. Se Vavo gosta de ficar no pocket, lá ele teve paz. Destaco o center Felipe Bastos com um ótimo trabalho. Eu não sou muito de avaliar a linha ofensiva, mas ele mereceu destaque. Dayan teve um bom jogo de LT: o camisa 69 conseguia trabalhar bem e dar tranquilidade pro MVP soltar os passes. O tackle também ia pro segundo nível bloquear.

Na defesa, a pressão vinha de todos os lados. Óbvio que jogadas boas entram, mas não dá pra julgar por apenas dois touchdowns. Eu gostei da defesa como um todo. Não houve interceptações, não recuperaram os fumbles que forçaram, mas fizeram o principal: parar o ataque adversário quando preciso.

Blaze F.A (2-3):

Sem o QB Ronaldy Vieira trabalhando em eventos testes das Olimpíadas Rio 2016, a posição de lançador foi deficiente, mas melhorou no segundo tempo com o QB Diogo. Mesmo limitado, o jovem realizou alguns bons passes que mantiveram o ataque vivo.

No jogo terrestre eu bato palmas para o RB Michel Sodre. Ele fez um dos touchdowns mais mágicos da história da LiFFA. Ele correu para esquerda, quase foi dominado a tempo da arbitragem encerrar a jogada, ai ele escapou do tackle, correu pra direita, quebrou mais tackles e se esticou até a end zone. Mágico, monstro! Se houve votação para dois running backs, creio que eu vote nele pelo esforço. Vale lembrar que ele não tem uma grande OL, o que faz é por esforço próprio.

Pelo ar, destaco o TE Tubarão. Gordinho e sem tanta velocidade, o jogador tem um bom catch e marcou o outro TD do time. Melhor recebedor da equipe!

Na linha ofensiva, até destaco o bom trabalho do C Guilherme Farias que protegeu o meio, mas o que me marcou foi a insistência do G 'Açaí' em querer reclamar de tudo, até da bola que o Blaze ofereceu e que tinha um 'caroço'. Triste fim.

Ah, a defesa. Inconsistente, mas melhorou bastante quando o DE 'Cunhado' foi ejetado - falarei sobre ele nas curtinhas. O LB Jimmy é bom, mas precisa ser mais trabalhado, ele tem potencial. O S Lyneker Conforti é o capitão do setor, atleta do Flamengo F.A e muito reclamão. O camisa 52 estava usando a palavra de Deus para tentar mudar a marcação de Down by Contact, não aguento com isso. 

Curtinhas:

Merecem aplausos:

Três pessoas merecem aplausos nesse jogo: o presidente do Blaze F.A, Diego Braga, por correr atrás de campo igual um maluco, já que o seu mando foi tirado por causa da Taça das Favelas; o RB Michel Sodre pelo lindo touchdown e por praticamente carregar o piano no ataque e Léo Farah pelo grande jogo.

Merecem vaias:

Mulher de jogador que fica na sideline por ser mulher de jogador está errada. Confesso que errei em não mandá-las para a arquibancada, já que a regra diz isso. Pra piorar fica criticando a arbitragem e achando que o Blog influencia em qualquer tipo de marcação. 

Outra situação que merece vaias são atletas que acreditam que a arbitragem é tendenciosa ou que está prejudicando o adversário quando o placar está 21 a 0 para o adversário - fora o baile.

Melhoras Big Boy:

Faltando poucos menos de quatro minutos para o fim do último período, o LB 'Big Boy' quebrou a fíbula e luxou o tornozelo em um lance nos times especiais. Ele fica seis meses sem pisar no chão. Melhoras, rapaz!

"Você joga em qual posição mesmo?"

Essa curtinha não deve ser tão curta, mas quero ver quais providencias serão tomadas pra atleta que quer bater em árbitro, vamos ao caso:

Durante todo o jogo, o camisa 99 do Blaze F.A, "Cunhado', questionava as marcações, 'cochichava' pros outros atletas em bom som sobre o que ele achava da arbitragem. Tudo isso sem aplicação de falta. 

No fim do terceiro período, ele veio até mim, onde eu ocupava o cargo de Referee (árbitro principal) e me questionou: "Você joga em qual posição mesmo?". Certamente ele queria saber pois o Wolves enfrenta o Blaze dia 27 de setembro e ia querer descontar a raiva do momento. Pois bem, marquei a falta pessoal por conduta antidesportiva e ele se revoltou, tentou partir para briga, sendo contido por um jogador e um árbitro.

Vale lembrar: o atleta não foi ejetado por perguntar em qual posição eu jogo, mas sim por cometer duas condutas antidesportivas (a pergunta e a tentativa de briga).

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Rio de Janeiro Islanders promove seletiva de novos atletas na Ilha do Governador

O futebol americano é um esporte coletivo e o RJ Islanders mostrou o que a força de seu grupo pode proporcionar, vide o título inédito da LiFFA 2014 e os vice-campeonatos do Carioca Bowl em 2013 e 2015. Agora, os Insulanos buscam novos atletas para se juntar à Onda Laranja. A seletiva acontece no sábado (5), 15h, na Praia da Bica, na Ilha do Governador, na capital.

Tryout acontece na Praia da Bica, na Ilha do Governador (foto: Facebook/Islanders)
Serão avaliados os níveis de força e técnica, para que atletas possam ser desenvolvidos. A ideia é aumentar o elenco, já que alguns jogadores abriram mão das atividades no No Pads para se dedicarem aos clubes da capital Fluminense, como Vasco e Botafogo.

A história do RJ Islanders mostra que a equipe é um celeiro de bons jogadores e já revelaram atletas que jogam nos EUA e que atuam na Seleção Brasileira, confira alguns dos notáveis que já vestiram essa camisa:

- Pedro Cavallari, WR, Friends University;
- Pablo Chalfun, LB, Vasco da Gama Patriotas e Brasil Onças;
- André 'Macaskill', CB, Vasco da Gama Patriotas;
- Paulo Abrantes, TE, Botafogo Reptiles;
- Rodrigo Nunes, WR, Botafogo Reptiles;
- Caio Mendes, LB, Vasco da Gama Patriotas;
- Caio Granado, CB, Botafogo Reptiles;
- Léo Farah, RB, Botafogo Reptiles;
- Santanna, RB, Botafogo Reptiles;