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domingo, 20 de abril de 2014

A liga inflada

Todo tipo de empresa tem funcionários "intocáveis" ou algo perto disso, mas a maioria é substituível e o mercado é cruel. Hoje a liga vive um momento de meio termo, estamos entrando na era da renovação, mas não há tantos quarterbacks chegando ao fim de carreira, por isso, a NFL está ficando inflada e sem emprego para todos.

Todos os 32 times têm lançadores para dar e vender, alguns como Patriots, Broncos, Chargers, Saints, Packers e outros só precisam de reservas, mas franquias como Jacksonville e Cleveland precisam de titulares.

(foto: Sports Unbiased)
O Draft que acontece no próximo dia 08 de maio traz uma safra com nomes promissores como Blake Bortles, Teddy Bridgewater, Johnny Manziel, Derek Carr, AJ McCarron e outros quarterbacks que surgirão durante as sete rodadas. Enquanto muitos chegam, poucos saem e vários buscam o seu pão de cada dia. Tim Tebow está nessa busca - até acho que ele pode se encaixar em algum time como reserva, mas ninguém o quer -, Josh Freeman é tenebroso e será reserva nos Giants, Brandon Weeden será reserva em Dallas. O ex-camisa 3 de Cleveland tem um empresário poderoso.

O que quero dizer sobre isso é que esse ano, especialmente, teremos muitos QB's no mercado e menos de sete vagas pra titularidade instantânea. A regra do mais forte se faz presente, só os bons ficam e com isso muitos perdem espaço e mercado. Mesmo que esteja chegando uma nova safra, ninguém quer ser reserva.

Torço para que em breve o Brasil consiga trazer um ex-jogador da NFL. Confesso que seria o cara mais feliz do mundo em ver um Seneca Wallace da vida desfilando pelos gramados do TTD ou do Campeonato Brasileiro. Para isso, basta que algum empresário queira desembolsar uma boa quantia. Felizmente, eu acredito nesse futuro.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Voando na neblina

Na tarde do último domingo (13), no Sport Club Internacional, no Alto da Serra, em Petrópolis, debaixo de muita chuva aconteceu o duelo entre Internacional Wolves e Volta Redonda Falcons, válido pelos amistosos de pré-temporada da Liga Fluminense de Futebol Americano (LiFFA).

Jogos com chuva não podem ser parâmetro para ninguém. O jogo muda, toda tática vai literalmente por água abaixo. Entre punts, snaps errados e three and outs das duas equipes, o Volta Redonda Falcons, no primeiro período, forçou um safety no Wolves e assim levou o placar até a paralisação da partida, que com a forte neblina, fez com que os técnico decidissem encerrar o jogo. Os Falcons já tinham mostrado que são capazes de jogar fora de casa, afinal, é muito difícil trazer 40 jogadores pra uma outra cidade.

Campo de jogo no fim do segundo quarto. (foto: Rafael Mello)

Análise Wolves:

Ainda não foi encontrado o quarterback titular pra essa temporada, mas Murilo mostra confiança, Rodolfo também (até demais). Murilo segura demais a bola, Rodolfo eu prefiro nem comentar pra não me irritar. A chuva atrapalhou os dois, mas pra tudo que os cercava, foram bem.

Holyfield teve sua primeira partida pelo Wolves em 2014, foi bem e conseguiu uma boa corrida, dando o único first down do Wolves na partida, mas não foi só no ataque que o negão jogou. Guilherme Diego voltou, me arrisco a dizer que ele é o corredor mais "tanque" da liga, é no melhor estilo "abaixa a cabeça e vai", grande volta. Antônio é bem Darren Sproles, sabe entrar nos bloqueios, mas sem proteção não há chance pra um jogador com o porte dele.

Sem jogo aéreo, sem atuação dos wide receivers. Me desculpem, mas não tem como analisá-los hoje.

Só falta uma linha ofensiva pra chegar no ideal. O revezamento entre DL e OL não é marca do Wolves, mas por enquanto, é necessário. Falta entrosamento, mas pra quem quer ser campeão não há limites quando o assunto é se doar em campo.

A defesa foi bem, mostrou que consegue se manter com um desfalque ou outro, mas Gustavo, Emanuel, Celso e Giardini (jogou de center improvisado) fazem falta. Se todos jogarem juntos, vão reviver a grande defesa de 2013. Fazendo as observações: PA jogou bem e liderou a defesa em campo, Holy fez sua estréia como linebacker e se revelou um hard hitter. A linha defensiva, quando completa, jogou bem e pressionou a linha do Falcons. Arthur, cornerback, está dando tackles precisos, é um exemplo pra todos os defensores.

Análise Falcons:

Um time de flag marca um amistoso, ninguém sabe nada sobre eles, nenhum representante fez contato ou publicação, a pergunta que rondava era: quem são os Falcons e o que eles têm pra "oferecer"?

Thuler, quarteback, não conseguiu mostrar seu jogo, pois as condições climáticas não eram favoráveis ao passe. Quando arriscou, na maioria das vezes, passes longos para mais de dez ou 15 jardas da linha de scrimmage. É o primeiro jogo que eu vi desse rapaz, mas se estiver em um dia inspirado, dará trabalho. Só a mecânica de arremesso e o spin da bola que me assustam (e muito), mas pode evoluir.

O jogo corrido é bom, há dois bons corredores no plantel, o camisa 43 e o 23, infelizmente, não sei o nome deles. Os dois têm noção de bloqueio, sabem entrar nos gaps e as defesas que tiverem uma secundária leve vão sofrer. Em nenhuma vez os Falcons saíram em singleback, facilitaram muito a leitura das corridas.

Volta Redonda, provavelmente, tem o corpo de recebedores mais alto da liga. O camisa 87 é bem atlético, foi o alvo favorito em big plays, mesmo nenhuma sendo completa. Pouca variedade de formações, pouca criatividade, fácil leitura do ataque. VR tem material humano, mas precisa ser criativo. Quem não ousa na LiFFA, não vence. Vide 2013.

A linha ofensiva dos Falcons é enorme, só gordo. Ocupam muitos espaço, mas acredito que ainda falta um pouco de noção e técnica. Deve ser normal na transição do Flag para o No Pads.

A defesa foi muito bem, destaco o "Cachorro Louco". Um jogador bem elétrico, toda jogada pra ele é como se fosse a última. Pra ele, não há estratégia, pelo visto, é no jeitão "vai e vê o que dá". Obviamente, há algumas coisas que precisam ser acertadas, como as marcações mano a mano e zona. Algo que eu acho fundamental é conhecimento de regras. Os Falcons precisam.

Se cumprirem todas as exigências do torneio estará dentro. Que assim seja, até a LiFFA 2014.

terça-feira, 8 de abril de 2014

"Pra LiFFA dá"

Que pessoa com ligação ao campeonato que nunca disse: "Ele é bom pra LiFFA" ou "pra LiFFA dá", atire a primeira pedra.

Hoje o principal campeonato estadual de grama vive um momento de expansão. Para 2015, planeja-se jogar full pads. Será que os times estão preparados fisicamente para isso? Eu não ligo pro amadorismo, mas me preocupo com o comodismo da maioria dos atletas da liga.

Ser um bom jogador é mais do que sentar a bunda na frente do computador e ver drills no youtube, jogar madden, treinar sábado sim, sábado nunca. Qual a porcentagem dos atletas do campeonato que fazem academia ou qualquer atividade de manutenção e melhoria do corpo durante a semana? Se chegar nos 50% eu desmaio de emoção.

Amadorismo não é desculpa para não se cuidar. Me desculpem os jogadores que fazem por onde, mas vivemos e viveremos por muito tempo em uma liga onde os atletas de linha ofensiva são gordos, e não fortes. Posições são e serão definidas por gostar de pontuar ou gostar de bater, e as equipes terão "muito cacique pra pouco índio".

Eu amo a LiFFA, não achem que estou falando mal do campeonato, pois é bem organizado e tem uma visão de crescimento magnífica. Eu torço para que o torneio não seja de peladeiros e o nível seja elevado. Quero que a capital olhe para o interior e veja uma fábrica de talentos ou adversários de alto nível.

Quem quer dá um jeito, busquem conhecimento com quem vive no futebol americano de alto nível do Brasil e o principal, busquem saúde. Futebol Americano é legal, mas viver com qualidade de vida é importante. Espero que no futuro próximo não existam mais os termos "pra LiFFA ele é bom", "dá pro gasto, é a LiFFA".

Vejo vocês de full pads, sabendo regras e se dedicando pelo bem da sua saúde.

domingo, 6 de abril de 2014

Pacotão do Rockers

O Teresópolis Rockers, em 2012, foi o primeiro campeão da Liga Fluminense de Futebol Americano e o líder em contratações nessa pré-temporada. O mercado da LiFFA agitou e os "guerreiros do Augh!" trouxeram um pacotão de Petrópolis para a temporada de 2014. Vou analisar as contratações:


Matheus Wilbert (Head Coach) - Chegou a hora desse jovem treinador ter uma enorme responsabilidade. Matheus foi coordenador ofensivo do Wolves de março de 2012 até março de 2014, seu conhecimento pode trazer para essa equipe um outro nível. É impossível ser treinador e jogar. Pablo e Edgard fizeram isso, até foram campeões, mas, em 2013, quando a liga exigiu um pouco mais de Teresópolis o time sucumbiu em jogos que era necessário a presença de um treinador principal.



Wilbert é meu amigo pessoal, aprendi muito com ele. Muitos discordam dos seus métodos, mas ninguém consegue agradar 100%, não é verdade? Ele organizará o ataque que tem o melhor QB da liga, um corpo regular de recebores, uma linha ofensiva que causa desconfiança e reconstruirá um jogo corrido que foi inexistente em 2013. A defesa não conta grandes nomes, mas o Matheus gosta de trabalhar com os chamados "underrateds", ou seja, jogadores sem nome da liga e que tem um grande potencial. Salvo nessa defesa três jogadores: Bonifácio (DB), Farnum (DL) e Highlander (LB) são jogadores que trazem agressividade - no melhor sentido da palavra - para essa defesa. Com Matheus, os Rockers poderão reviver seus momentos áureos.

Drake Stockler (Quarteback) - A proximidade entre Drake e Matheus fez com que o quarterback saísse da sua titularidade no Wolves para brigar por uma vaga em Teresópolis. Andreive, como foi registrado em cartório, lança, corre e recebe, faz de tudo um pouco. Dentro das propostas que Matheus têm, certamente, usar Drake e o MVP de 2012, Edgard, ao mesmo tempo é uma saída. Há variações de formações como dois quarterbacks. Movido nas desconfianças, o ex-camisa 10 dos Wolves terá que suar a camisa. O novo desafio, em campo, é maior para Drake do que para qualquer outro contratado.
Esse será o terceiro time da carreira de Drake. O QB também já atuou por Dragons e Wolves

Rato (Wide Receiver) - Incógnita. Se, hoje, eu tivesse que apostar dinheiro no sucesso ou na falha do Rato, eu apostaria na falha. Rato sempre quer a bola, se não for ativado, fica alterado, esbraveja e até sai do treino no meio do nada. Foi muito bem na final de 2013, mas com qual espírito o recebedor chega pra esse novo time? Ele tem potencial, se a bola chegar, ele pega. Torço pelo seu sucesso, foi um dos primeiros que me recebeu no Wolves, é um dos caras da velha geração. Boa sorte, Ratão. Sabedoria e calma acima de tudo.

Rato foi um dos primeiros receivers de ofício do Wolves
Breno Bento (Running Back) - Breno é trator. Com certeza é um dos caras com mais jardas após o primeiro contato na história do interior fluminense. Sua falta de conhecimento sobre futebol americano é compensado na brutalidade de suas corridas. Esse jogador trará nova vida e um novo estilo para a vertente terrestre. Seus bloqueios são muito bons, Edgard terá bastante proteção com esse "elefante" na sua frente.

Breno Bento também já jogou como tight end, quarterback e fullback
Momones (Defensive Tackle) - Em 2012, Momones jogou a única temporada de sua carreira. Foi muito bem. Atuou com contusões e mostrou um espírito de guerra para seus companheiros. Sua presença em campo é importante para que uma linha defensiva consiga pressionar. Esse atleta seria só qualidades, se seu temperamento não fosse um grande ponto contra. Ele pode ter melhorado, como pode ter piorado e no cenário mais comum, ficado na mesma. Farnum terá um grande companheiro na linha, os centers e guards que se preparem, pois a pressão será grande.

Esses reforços irão suprir algumas necessidades que o Rockers têm. Não se espante se esse time chegar na final. Rockers é forte, se organiza, e começa a aumentar seu favoritismo. Nunca menospreze quem já foi campeão. Olho no Rockers.