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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Macaé Oilers derrota o VR Falcons dentro do Raulino e se torna o novo campeão da LiFFA

Com o recorde de público da história do campeonato com cerca de 1 mil pessoas, a Liga Fluminense de Futebol Americano realizou sua Final no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, neste domingo (6). E com um segundo tempo espetacular, os Oilers derrotaram os Falcons por 20 a 7 e sagraram-se os novos campeões da LiFFA. O Melhor Jogador da Partida, escolhido pelo Opinião F.A foi o FB Diogo Coelho, camisa 22 da equipe macaense. 
Patrick Ribeiro ergue a taça no Raulino (foto: Dayane Almeida)
Falando das pontuações em si, o primeiro período começou com um field goal de 21 jardas de Daniel Antunes para os Oilers, logo em sua campanha inicial. No segundo período, o QB Lucas Fonseca conectou uma big play de 80 jardas com o WR Arthur Barcelos - com XP convertido pelo K Willy. Então, nos 24 minutos finais só deu Macaé e o 'inferno astral' de Volta Redonda foi uma situação clara.

O terceiro período teve a corrida de Bo 'Jardas' para touchdown em 19 jardas - com XP de Daniel Antunes. Com o placar em 10 a 3 para os visitantes, os Falcons começaram a soltar o braço e quem ficou com o ombro solto, literalmente, foi o QB Lucas Fonseca - dando lugar ao jovem Felipe Santos. Nada dava certo para o time da casa, ai o balde de água fria veio com força. No último quarto, o Macaé Oilers estava em uma terceira descida muito longa, foi quando o QB Gabriel Lázaro soltou um foguete que poderia ter sido um passe incompleto, mas o WR Igor Oliveira, de forma mágica, épica, linda, como Odell Beckham Jr. fez, conseguiu completar a recepção com uma mão; duas jogadas depois, Lázaro entrou na end zone em corrida de uma jarda - com XP de Daniel. O mesmo Antunes encerrou o placar em um chute médio de field goal com o relógio no two minute warning.

De acordo com Marcelo Arantes, técnico dos Falcons, no terceiro período ele notou que não tinha resposta para dar aos bombardeios defensivos de Macaé. Isso foi preponderante para mostrar que os Oilers não perderam a mão do jogo em nenhum momento. Todos nós presentes no estádio reparamos uma apatia nos últimos 12 minutos. Pois a equipe começou bem, com defesa forte, só que parou.
Marcelo em discurso emocionado após o jogo (foto: Dayane Almeida)
Agora, a LiFFA se divide em duas: a No Pads (sem equipamentos) e a Full-Pads (com equipamentos). A primeira terá muitos times novos que estão se inserindo no esporte. A segunda, a princípio, terá além de Falcons e Oilers, Andorinhas F.A, UFF-Niterói Federals, Nova Friburgo Yetis e Rio de Janeiro Islanders. Então, 2016 já começou!

Vamos ao que interessa? Vou analisar os jogadores:

Volta Redonda Falcons:

Bem, nas quatro finais da história da LiFFA o visitante venceu em três. Os Falcons se juntam ao Itaperuna Blackstones e ao Petrópolis Wolves como vice-campeões em casa. Mas vamos falar de gente, de jogadores:

Ao chegar no Raulino, questionei ao OC Ivan Cunha sobre quem seria o titular e ele com um sorriso de quem esconde o jogo disse: "Lucas". E lá foi o camisa 19 para a sua Final em seu terceiro jogo como lançador. Dentro de campo, ele fez boas saídas do pocket, mas foi tão fiel ao que tinha que ser realizado que era sacado. Só que fora do pocket ele se encontrou bem com o WR Arthur Barcelos, tanto que se fizeram mitos no passe de 80 jardas - maior TD da história da Final. O 'Colin Kaepernick Magrelo' lançou para um touchdown e uma interceptações; Felipe Santos substituiu Lucas após o mesmo machucar o ombro. O menino não foi mal, só que forçou algumas bolas e foi interceptado no fim.

Pelo chão, Lucas Giatti começou muito bem. O camisa 21 encontrou alguns espaços no começo da partida, mas caiu de rendimento ao longo da partida. A linha ofensiva não abria espaços. Ai é só embalar as corridas para perda de jardas; Guilherme Sargento teve poucos toques na bola e foi mais efetivo nos times especiais. Fez bons retornos e só.

Pelo ar, de boa, que ataque aéreo. O principal recebedor foi Arthur Barcelos que fez um touchdown, recebeu bons passes no meio e manteve posses vivas. O que poderia ter mudado a história do jogo foi seu drop na última jogada do segundo período e que, certamente, seria TD; Iago Zerbone também foi bem. O camisa 39 fez boas recepções, além de bons tackles na defesa e uma interceptação em situação clara de pontuação para o Macaé Oilers; Carlos Leal começou o jogo bem e foi ficando apagado com o desempenho do ataque aéreo.

A linha ofensiva foi mal. Bem mal. Apesar de termos ciência da qualidade de Macaé, o pocket era rasgado toda hora. O C Igor Reis não atuou por conta de uma forte gripe ou qualquer outro motivo forte. O G Rafael Silva se machucou no primeiro drive, o LT Amendoim foi péssimo e isso refletia no comportamento do ataque. E ele, Guilherme Paiva? Foi bem, tá? Não cedeu à pressão e parece que o Blog tem o 'poder' de motivar. Ele me agradou.

Na linha defensiva, o DE Sombra vai ter muito impacto no futuro. Ele é bom. Teve tackle para perda de jardas, pressionou, foi bem demais. De longe, o melhor jogador do setor na partida.

Os linebackers tiveram uma alteração, com Kadu atuando também na DL, mas o motivador Vitor Leal fazendo de tudo, mas não foi possível. Corridas pelo meio ele conseguia parar, mas havia ganho de jardas.
Na secundária, vi a maior parte do tempo o time de Volta Redonda atuando em uma Cover 3, com o meio do campo recheado. Era Zerbone no fundo, Jefferson e João Vitor nas pontas.

Após falar do time, sabe o que fez falta? O Ninho.

Ninho era a casa dos atletas de Volta Redonda que os deixaram no inicio dos Playoffs. Era o QB Bruno Monção, o RB Diego Soares, o TE Fábio Yaegashi e o DE Douglas 'Cachorro Louco'. Primeiro, com Bruno teria mais opção e qualidade no passe e pelo chão. Com Diego haveria a opção do passe curto com eficiência. Com Fábio, a bola de segurança e a certeza de que não ia cair no chão - sem falar de como ele chama a atenção. Com Douglas, a pressão e a motivação eram certeza. Só que sem eles, a apatia aconteceu quando notaram que não dava pra ganhar mais. Com eles, em nenhum momento haveria a certeza de que não dá pra ganhar. Pois, talvez, estivessem com o placar a frente e, hoje, essa matéria seria sobre um deles como o melhor jogador da partida.

Macaé Oilers:

Sabe a história de que o feijão com arroz alimenta? É isso.

Sem inventar, o QB Gabriel Lázaro fazia bem o handoff, o toss e quando a defesa viciava na corrida, ele sabia em movimentação para o lado direito e passava a bola com seu forte braço. Seu entrosamento com os recebedores é fino, é bom e deixa muito quarterback com inveja. Lázaro só precisa melhorar seu dropback e refinar sua leitura para ser um baita lançador no Full-Pads.

Pelo chão, Bo Jafras, agora, Bo 'Jardas' fez grandes investidas pelo chão. Melhorou seu jogo de mãos e tem uma movimentação nas pernas que é invejável. Seu touchdown é fruto de sua velocidade e força para conquistar jardinhas. Diogo Coelho, o MVP, foi bem e eu explico o motivo de sua escolha: o camisa 22 fez três ou quatro corridas para primeira descida imediata, ai manteve o ataque em campo para vir a pontuar. Ele posicionou bem o ataque em descidas, como de 1st & 10 para 2nd & 4, entende? Mereceu demais.
Entrevista do MVP após o jogaço da Final (foto: Dayane Almeida)
Pelo ar, começo com o WR Igor Oliveira. Imprescindível como recebedor, atuante nos times especiais e um baita recebedor. Melhor do time hoje. Ai,  ele vai e me faz um one-handed-catch que levanta o estádio, me deixa sem reação e grito quatro vezes seguidas: "O que é isso?". Agora eu sei, é a história na frente dos meus olhos; Bruno Oliveira teve um bom jogo também, ele chama a atenção e completa com qualidade, assim como Daniel Antunes, um dos melhores corpos de recebedores.
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Na linha ofensiva,  amigos, Lázaro tinha tempo, 'Jardas' tinha bloqueios, a pressão vinha em marolinhas, ou seja, grande dia desse setor, hein?! Critiquei bastante, mas a equipe cometeu poucas faltas, sendo apenas uma na linha ofensiva. Ótimo!

Na linha defensiva, três letras: Wow! Demais o que eles fizeram. Patrick Ribeiro, Dalmo, Morello, Baby Beef, Campanati, Herman, Ivo, ou seja, sem ser injusto. É alto nível o tempo todo. A única preocupação é que não sei se o Artini com sua poupança GG gigante conseguiu sair da banheira do Raulino.

O corpo de linebackers eu descrevo em um nome: Bruno Rocha. Onipresente. Estava em todos os lugares, em todas as jogadas. Do gang tackle ao tackle solo. Ele é o cara dessa defesa e digo mais: ele não fica com os Oilers no Full-Pads.

Na secundária, gostei de Matheus Dutra e, principalmente, Gustavo Ribeiro. O segundo mencionado desviou passes que poderiam dar vida aos Falcons. Bem demais. Volta com ele, Thaís! Seguindo, vou falar do iluminado 'Bugão' nas curtinhas. Fechando, até Gabriel Lázaro jogou de free safety. Estilo quaterback do meio do século passado.

Curtinhas:

Solidariedade: 
Lindo de ver a arrecadação de mais de uma tonelada de alimentos. Além de fazer história no futebol americano no interior, agora, os Falcons fazem solidariedade.

Torcida macaense:
Para o que dava pra levar, Macaé levou muita gente pra torcer. Minhas saudações vão para a intensa Tia Rita. Ela merece tanto quanto um jogador. Ela se doa ao grupo. É mãe biológica de Campanati e de coração do elenco.

Bugão, Bugão, Bugão, Bugão!
Que vida a dele. Primeiro, ele faz a interceptação que crava a ida dos Oilers à Final. Hoje, ele fez a interceptação que deu o título ao time. São seis ints na temporada regular. O talento dele precisa ser sabido por todos.
Bugão com sua sexta e última interceptação no ano. Bola que deu o título aos Oilers (foto: Atila Indalecio)
Organização de emocionar:
É, amigos. A história foi feita de forma linda, com escudo dos Falcons no centro do gramado, nome na end zone e frango na cabine para a gente. Eu só sei que quero o Raulino todo ano.

Nunca pare de lutar:
Não deixem de acreditar que são campeões, pois fora de campo vocês são. O time é bom, tem um baita coaching staff e, em breve, a taça vem. Usem seu grito de guerra para a vida.

O ano não acabou:
Nos dias 16 e 17 de dezembro, o VR Falcons promove sua seletiva para novos atletas. As inscrições serão feitas no Facebook do time e o pagamento será um brinquedo.

Obrigado!
Eu falei que cinco pessoas fariam parte da equipe Opinião F.A nessa Final, certo? É, mas das dez pessoas que foram de Petrópolis para Volta Redonda, todo mundo ajudou em alguma coisa. Eu e Picolé na narração - ele na rádio também -; Celso no Periscope; Pedro Augusto e Douglas Cobb no Twitter; Dayane e Ayanne na fotografia, além do Claudio e Macleyver com reportagem. Na boa, amo vocês. O sonho que era meu hoje tem mais gente junto. 

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