Entrevista com Antônio 'Cacarlos' Felix

Há muito tempo o Opinião F.A não fazia uma entrevista e senti que precisava reviver essa nuance do jornalismo com alguém que fosse especial pra Liga Fluminense de Futebol Americano, ou mais: um cara que é diferenciado dentro de campo e, hoje, é o rosto que simboliza o Andorinhas Black Birds. Nesse texto você confere a entrevista com Antônio 'Cacarlos' Felix, wide receiver e safety, além de candidato ao prêmio de MVP da LiFFA 2015.

Confira os Highlights do 'Cacarlos em 2014.

Confira os Highlights do 'Cacarlos' em 2015.

Para quem não conhece o atleta, ele começou sua carreira no extinto Guapimirim Bulls, em 2012, na ocasião, ele ainda era chamado de 'Patolino'; desde 2013, 'Cacarlos' é do Andorinhas F.A, agora, Black Birds. E com o passar dos anos, sua evolução física, técnica e psicológica foi notável e ele ganhou, com méritos, um papel de destaque na equipe de Magé.

Estatísticas do camisa 11 nas duas últimas temporadas: 

2014: 4 jogos - 6 TDs de ataque - 1 conversão de dois pontos; 3 TDs na defesa e 4 interceptações.

2015: 6 jogos - 3 TDs de ataque - 2 conversões de dois pontos; 5 interceptações, 2 fumbles forçados e 1 fumble recuperado.

'Cacarlos' já marcou 12 touchdowns na carreira (foto: Catarina Niero)

Confira a entrevista com 'Cacarlos':

Opinião F.A: Até onde você espera chegar como jogador?

'Cacarlos': "Meu objetivo maior, como jogador, é um dia integrar a Seleção Brasileira. Quem sabe até participar de um Mundial."

Opinião F.A: O que você acha que faltou para o Andorinhas conseguir ser campeão?

'Cacarlos': "Acredito que tenha faltado um pouco de experiência aliada à perda de jogadores-chave de 2014. Isso fez com que embora tivéssemos um elenco que, apesar de bom nível técnico e tático, cometêssemos pecados em não conseguir administrar determinados tipos de situações dentro do jogo.

'Cacarlos' em campo pelo Andorinhas F.A, em 2015 (foto: Catarina Niero)

Opinião F.A: Como você vê o interesse do Tubarões do Cerrado-DF, do Torneio Touchdown, por você?

'Cacarlos': "Na verdade eu enxergo tudo isso com surpresa, mas, naturalmente, fico muito feliz por despertar o interesse de uma equipe de nível nacional como o Tubarões, mesmo jogando numa liga No-Pads, isso só mostra o crescimento e reconhecimento que a LiFFA vem tendo."

Opinião F.A: Em qual momento da sua carreira você começou a reparar que podia ser um jogador melhor e deu um ‘start’ em alimentação, academia, estudos, etc?

'Cacarlos': "Na verdade essa mudança pode ser dividida em dois momentos diferentes. Quando atuava pelos Bulls não tinha muito acesso a alguns conceitos básicos como rotas, covers (coberturas) e essas coisas. Assim que o time entrou em "recesso", eu passei a treinar com o pessoal de Magé, no que futuramente se tornou o Andorinhas. E alguns de nós, como o Davi e eu, decidimos fazer a Seletiva do Botafogo F.A, em 2013. Embora eu não tenha sido aprovado, essa experiência de contato com os jogadores da capital, assim como as dicas de stance (posicionamento pré-snap), técnica de recepção, rotas e etc, meio que acendeu uma perspectiva minha em relação ao esporte, de que eu poderia sim melhorar e muito meu jogo, talvez, até um dia ser um bom jogador.

Já o segundo momento foi a situação de sonho na carreira de todo jogador, o camp da AFWB (2014), que me inscrevi meio desacreditado, mas no fim acabou sendo uma das melhores experiências possíveis. Naquele Camp, me deparando com jogadores dos grandes Full-Pads de todo Brasil, campeões do Torneio Touchdown e CBFA, embora meio intimidado no inicio, através dos drills e disputas que permeavam o evento, pude constatar que a distância entre aqueles atletas e eu, não era uma coisa tão intransponível assim. E isso, somado aos valiosos ensinamentos de jogadores como Golden Tate (WR do Detroit Lions) e Marshawn Lynch (RB do Seattle Seahawks) reafirmaram a minha confiança no trabalho que eu vinha seguindo, fazendo com que a cada dia eu me dedicasse mais ao esporte.

Opinião F.A: Quais suas melhores qualidades em campo e o que você considera que te falta?

'Cacarlos': "Embora minha velocidade, impulsão e recepção sejam fatores importantíssimos no meu jogo, acredito que minha maior qualidade seja sempre "brigar pela jogada", seja numa corrida, num passe, ou num tackle. Eu sempre dou meu máximo para tentar vencer cada disputa. Muitas coisas são defasadas no meu jogo: falta de porte físico e condicionamento ideais, principalmente por 'dobrar. Esses' são fatores que, às vezes, pesam dentro de campo. Pouca técnica de tackle e algumas falhas de leitura de jogo também, mas acredito que o principal fator seja a falta de entrosamento com o time em si por poder treinar junto numa frequência muito reduzida."