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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Jogo com clima de playoffs


Valendo a liderança da Conferência Norte, o Nova Friburgo Yetis recebe o Macaé Oilers. No próximo domingo (12), às 14h, no Campo do Botafoguinho, o clima será de playoffs, afinal, o time da Serra virou uma desvantagem de 24 pontos - maior da história do campeonato - no último confronto entre os times. 

Só em 2014 esse será o terceiro confronto. Em março, no primeiro duelo, em Friburgo, a equipe da casa venceu por 19 a 16 (Highlights), já no jogo válido pela LiFFA aconteceu outra vitória dos atuais campeões da Liga, dessa vez um 31 a 27 emocionante com um touchdown faltando 51 segundos pro final (Highlights).

Agora, o duelo tem contornos dramáticos. A equipe friburguense está invicta com têm três vitórias e nenhuma derrota, já os macaenses venceram duas e perderam só uma, então quem vencer fica com a liderança, sem falar da vantagem de provavelmente jogar em casa nos playoffs. Além da partida, os Yetis prometem dar um show de solidariedade arrecadando alimentos e brinquedos para a APAE da cidade.
Esse será o terceiro confronto entre eles na história. (arte: Gabriel Zani)

Agora o que interessa: a análise.

Nova Friburgo Yetis (3-0):

Novamente liderados por Gabriel Zani, o time precisa entrar ligado para não ter que sair do apagão que aconteceu em Conceição de Macabú. O QB é bom e mais uma vez vai sofrer a pressão contra uma ótima defesa e que conta com uma linha defensiva explosiva que falarei depois. Mesmo com pouca estatura, a experiência e maturidade desse atleta em campo será um diferencial para os "Homens de Gelo".

Pelo chão a variedade é enorme. Nathan e Salim vem fazendo uma grande temporada. Nathan é um dos candidatos ao MVP, pois já fez uma chuva de touchdowns correndo e colabora monstruosamente na recepção de passes. Salim é o reserva imediato e, mesmo sendo novato, mostra um potencial que poucos corredores tem na LiFFA. Em quase um ano de FA adquiriu muita técnica e é um mini trator.

O técnico Bernardo Scofano não gosta quando comparo a LiFFA e a NFL, mas esse corpo de elegíveis de Nova Friburgo me lembra, guardadas as devidas proporções, o Denver Broncos. Hiago, Japão, Lucas Storck, Henri, Raonni, Bruno Rocha, Augusto, Nathan e Salim. Quantas opções para um quarterback com qualidade. Na primeira partida as chamadas ofensivas abusaram dos passes na scrimmage e acredito que não vá mudar muito em relação aos passes curtos.

A linha ofensiva será um fator importantíssimo, pois a qualidade dos passes e o tempo para a leitura dos alvos dependerão dos ''gordinhos''. Na outra linha, a defensiva, que temporada de Dandan e Bruno Rocha. Agressivos e com técnica, esses dois defensive linemans já sacaram algumas vezes esse ano e, especialmente, Bruno Rocha já deu um baile na OL de Macaé no primeiro confronto.

No corpo de linebackers estão dois pilares da defesa: Pombo e Kaká. Fica claro em cada snap como eles se entregam, prova disso foi a falta que o segundo mencionado fez quando saiu machucado. Quando voltou, meus amigos, foi um caos para os Oilers fazerem algo. Na secundária, que dizem que menosprezo, tem Faial que raramente têm bolas lançadas em sua direção, Bernardo Sena que já interceptou duas bolas na temporada, Ramon que é um ímã de interceptação e Costela que é um atleta com experiência no Rio de Janeiro.

Um fator que pode decidir o jogo são os chutes: extras e field goals. Henri é um cavalo chutando. Na última partida tentou um field goal de 54 jardas e quase acertou. Na atualidade é o melhor kicker da Liga, o camisa 89 alia força e direção. 

Chave da vitória: Passes curtos com play action e marcar o passe longo.

Macaé Oilers (2-1):

Gabriel Lazaro, quarterback, me surpreendeu. Ok, o 49 a 0 sobre os Giants não pode ser usados de parâmetro, mas contra o Yetis, apesar de números fracos, conseguiu encontrar duas bolas sensacionais que quase deram a vitória pra Macaé. O camisa 10 começou a olhar mais os alvos e correr só quando necessário. Do seu primeiro jogo até aqui uma evolução de 100%.

O jogo terrestre chega a ser apelativo. O HB Fernando é muito bom. Consegue ganhar jardas nos contatos e em corridas por fora da linha ofensiva têm grandes ganhos. Na partida contra os Yetis, quem apareceu pela primeira vez foi o FB Diogo. O trombador de 1.90m surpreendeu arrastando todo mundo, até que a defesa começou a ir nos seus joelhos e a festa acabou. É preciso achar outras formas de usá-lo sem ser apenas em investidas entre o center e o guard.

Pelo ar, temos a dupla Bruno & Daniel. O primeiro é um grande atleta nas bolas longas. Em duas partidas tem 220 jardas e quatro touchdowns. É um dos meus candidatos ao MVP da Liga. O outro, atua nas bolas curtas, faz motion de Wide Out para o Slot e tem boas mãos. É um recebedor que pode preocupar a secundária. 

A linha ofensiva contra os Yetis teve altos e baixos. Em alguns momentos dava uma eternidade contra para o lançador, às vezes vazava - quando deixava passar era sempre por fora do tackle. A linha defensiva teve um grande trabalho com Patrick de um lado e Dalmo do outro. 

A defesa atua em 4-3 e por causa da grande pressão da DL os linebackers pouco entram em blitz. O líder desse corpo é Arthur 'Koringa'. O camisa 99 fez bons tackles na primeira partida e tem tudo pra repetir a atuação de alto nível. Confesso que nunca parei pra prestar a atenção na secundária de Macaé, mas já mostraram que perdem um pouco do seu poderio sem o FS Vovô. Mas uma situação que eu reparei é a marcação em zona na maioria das jogadas. Sempre que os motions aconteciam eles ficavam parados, apontando zonas - e se ficar um buraco, por menor que seja, serão castigados.

Se pelo lado dos Yetis o kicker é o TE Henri, pelo lado do time da 'Cidade do Petróleo' há Daniel Antunes. O recebedor converte todos os extra points, mas quando foi requisitado para um chute mais longo não foi bem. Isso pode ser um fator prejudicial. 

Chave da vitória: estabelecer o jogo terrestre e marcar as jogadas de passe de até cinco jardas.  

Palpite: Oilers 19 @ 22 Yetis

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