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segunda-feira, 30 de março de 2015

"Pagaram o pato"

Em um domingo de estreias e mudanças, o Volta Redonda Falcons recebeu o Costa Verde Ducks e venceu por 30 a 26. Os Patos tiveram duas chances de vencer o jogo em três minutos, mas sofreram duas interceptações: um do DT Rodolfo Barreto e outra do CB Pegê. Agora, o time da "Cidade do Aço" caça um amistoso fora de casa, provavelmente contra os Krakens, enquanto o "CV do bem" joga em Angra, no dia 19 de abril, contra o UFF-Niterói Federals.

Esse foi o primeiro jogo da história do Costa Verde. (foto: Divulgação/LiFFA)
O duelo entre os times foi, basicamente, uma briga para ver quem tentava cometer menos turnovers. No fim das contas eles decidiram, mesmo o resultado sendo pouco importante. A jogada mais marcante foi o Reverse em um Kickoff feito pelo CV Ducks. A reversão só foi vista por um dos 11 atletas de VR, ai foi touchdown na certa. A feição incrédula de Marcelo Arantes com o resultado da jogada merecia uma foto. Seria sucesso nas redes sociais.  Sem mais delongas, vamos à análise:

Volta Redonda Falcons:

Hoje, os Quarterbacks ganham um destaque especial, pois três estiveram em campo e precisarei de mais espaço para falar deles. O titular, como esperado enquanto Monção não volta para a "briga", foi Chris Thuler. O camisa 7, assim como todos os outros dois QBs, foi interceptado. Gostei de ver sua confiança e trabalho no pocket, está muito melhor do que em 2014. O passe continua bom, só não vai muito bem quanto tenta lançar contra o movimento do corpo, mas é irrelevante.

Bruno Monção ainda não está liberado para receber os contatos do jogo, por isso não atuou. Mas em conversa com o atleta e confirmado por outras pessoas, o baixinho fez na última tentativa de tiro 40 jardas o tempo de 4.91s. Nada mal pra quem está voltando de cirurgia.

O jovem Felipe Santos foi outro QB. Com apenas 18 anos, ele parece um veterano na scrimmage. O menino fazia leituras, chamava audibles, corrigia o posicionamento dos companheiros e fez bons passes. Ele realmente é a mescla do braço forte de Chris Thuler com a mobilidade de Bruno Monção. O futuro pode estar nesse destro.

A surpresa, até agradável, foi a mudança de Tadeu Mangelli de CB para QB. Ele não foi mal, só que será usado apenas em casos de extrema necessidade, já que há três bons lançadores no roster. Espero que o camisa 14 volte para a secundária.

Pra mim, desde já, o melhor achado do Try-Out recheado dos Falcons foi RB Guilherme Sargento. Ele tem tudo para ser a revelação de 2015 da LiFFA, além de possuir toda a pinta de running back com um cabelo diferente e o rosto que lembra, sim, o do Michael Vick. Em campo, fez ótimas investidas terrestres, achando muito bem os gaps. No bloqueio, Diego Soares fez um ótimo trabalhado aliado à linha ofensiva, pois abriam avenidas para o ataque terrestre. Se for assim o ano todo, vai ser difícil segurar.

Outro que mostrou ter evoluído em relação à 2014 foi o HB Jr. Assis. Mais pesado só que, agora, mais técnico, o "Lynch de VR" fez um partidaço. Um TD e avanços para mais de 20 jardas, com cortes curtos me fizeram avaliar melhor o camisa 23. Ele começava devargazinho, mas terminava parecendo uma locomotiva. Para quem é das antigas, seu estilo de começar lento e terminar rápido lembra o de Brandon Jacobs, ex-NY Giants, me julguem.

Em comparação à temporada passada, o corpo de recebedores teve a volta/reforço de Iago Zerbone, ex-São Paulo Storm. Jogando como wide out ele teve muito sucesso nas rotas Goal. Conseguiu fazer boas recepções no fundo do campo, inclusive uma que tinham dois marcadores no seu cangote.

Na defesa, a linha defensiva pressionou bastante. O QB dos Ducks sofreu um bocado. A pressão vinha de todos os lados, o tempo todo. Falando do Front Seven, os linebackers Kadu Estevão e Vitor Leal fizeram interceptações, assim como um grande número de atletas de branco.

No planejamento do HC Marcelo Arantes, os cornerbacks jogaram o tempo todo em mano a mano, testando as habilidades de cada novato. O resultado foi proveitoso em um parâmetro geral. O FS Jefferson, que também é retornador, fez um bom jogo. Retornos longos, mas que devem mudar de estilo com uma preparação melhor do time de especialistas, tirando aquela sina de improvisação.

Costa Verde Ducks:

Se a união entre Gaditas e Angra Destroyers rende algo legal pra começo de conversa, essa coisa foi o uniforme. A camisa é muito bonita e inspirada 100% no Oregon Ducks (equipe universitária). Mas, nada de Mariota, o cara do passe foi Rodrigo "Manning". Diferente do que seu apelido indica, o camisa 18 tenta corridas, apesar de estar bem acima do peso para as tentativas. Ele tem um braço bom, mas não teve muito tempo para executar as jogadas.

Nas corridas, resultados deploráveis. Não havia sintonia da linha com o RB. Sempre tackles para perda de jardas, mas quando dava certo era em reversões com o WR Raphael "Black" - falarei mais dele no próximo parágrafo. 

Pelo ar, gostei do recebedor camisa 10 que não consegui descobri o nome. Ele conseguia algumas boas rotas e recebeu para um TD de 40 jardas no fim do segundo período. Mas o melhor jogador dos Ducks, indiscutivelmente, é o WR Raphael "Black". Baixinho e rápido, ele fazia tudo no time e era a bola de segurança. O camisa 87 atuou como wide out, mas me parece que renderia mais no slot, por não ser tão alto e ganhar fácil em rotas curtas. Se eles entrarem na LiFFA vai ser um sucesso, senão o Andorinhas poderia fazer uma proposta pro também professor de dança.

Assim como é de costume na praia - mentira de quem quiser desmentir - o revezamento, às vezes desleixado, e a improvisação comprometem o jogo. Mas a defesa não foi de todo mal, pois conseguiu algumas interceptações. Destaque para o camisa 49, detalhe para o nome, "Bebê Gigante", que roubou duas bolas, sendo uma retornada para 30 jardas. 

Bom, agora escrevendo em linhas gerais, o amistoso foi muito interessante e proveitoso. Os Falcons testaram os calouros, vimos que os Ducks podem, aparentemente, fazer um jogo duro fora de casa e a galera de Valença apitou sua primeira partida na vida. Aprendemos que fazer interceptação, correr em campo aberto, parar na linha de uma jarda e "chamar o bonde" para comemorar antes de atravessar a linha de gol causa falta pessoal e pode comprometer uma campanha. 

Reforço que o trabalho de divulgação em Volta Redonda é incrível. Um domingo com tempo fechado, amistoso de pré-temporada e No Pads deram mais de 100 pessoas na arquibancada do Flamenguinho. Se todos os times conseguissem isso seria mais emocionante que o Pro Bowl no Brasil - mentira.

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